No momento, você está visualizando Sucesso no YouTube, ‘Ribeirinha da Amazônia’ passa de 66 milhões de ‘views’

Sucesso no YouTube, ‘Ribeirinha da Amazônia’ passa de 66 milhões de ‘views’

As irmãs ribeirinhas, como são chamadas, vivem com a família na comunidade Santa Luzia do Baré, no lago Amanã. Foto: Divulgação

Com carisma, simplicidade e sem filtros, ela conquistou o público ao compartilhar o cotidiano da vida ribeirinha. Fabiola Alves Pedrosa, de 22 anos, conhecida como a ‘Ribeirinha da Amazônia’, é um sucesso no Youtube. Em menos de dois anos de criação, o canal dela na plataforma de vídeo já acumula mais de 66 milhões de visualizações.
Em dois meses, um vídeo do canal alcançou 7,4 milhões de visualizações e quase 5 mil comentários. No vídeo, a jovem cabocla mostra como preparar o ‘queridinho’ da culinária amazonense, o tambaqui assado e a caldeirada do peixe.
Em uma verdadeira imersão na cultura ribeirinha, ela narra a preparação do almoço do dia e prende a atenção dos espectadores em um vídeo de 25 minutos.
No vídeo, a jovem mostra a lida do dia, desde o pai cortando a lenha para fazer o fogo, até como limpar um tambaqui na beira do rio. “Que vídeo maravilhoso, a simplicidade, os passarinhos cantando, tanto verde, essa é a verdadeira felicidade”, comentou um espectador. “Tudo muito lindo! A natureza em sua forma mais esplêndida, e ao decorrer do vídeo o que marca é a água na boca”, comentou outro.
Influencer
Este não é o único conteúdo com grande alcance de público. O canal coleciona dezenas de materiais com milhões de visualizações vindas do mundo inteiro. Nos vídeos, Fabiola geralmente aparece acompanhada de sua irmã, Fabiane, de 21 anos. Juntas, elas mostram a vida real da população ribeirinha, com suas belezas e dificuldades.
Como surgiu o canal
Em entrevista exclusiva ao A CRÍTICA, Fabiola conta que a criação do canal aconteceu por incentivo de um casal de youtubers, Dalcio e Marilda, do canal Jabuti Motor Home. “Foram eles dois que incentivaram bastante a fazermos [os vídeos]. Eu não tinha nem noção do que era YouTube, nada! Eles nos incentivaram muito, até que comecei a filmar lá em casa, mesmo sem internet e energia”, relata a jovem.
Como Fabiola não sabia como funcionava a plataforma, o casal foi quem criou a conta no YouTube para ela. Sem acesso à internet na comunidade, ela viajava por 14 horas até Tefé, vai a uma lan house e enviava os vídeos para o casal que postava o conteúdo no canal. Atualmente, Fabiola já aprendeu como funciona a plataforma e ela mesma faz toda a gestão do canal.


“Jamais imaginávamos que ia fazer tanto sucesso, foi realmente uma surpresa. E assim o canal foi crescendo e crescendo cada vez mais. Isso me motivou pra subir mais vídeos, até que conseguimos monetizar o canal e ajudar meu pai a terminar de construir o barco que ele já vinha há oito anos trabalhando nele. Hoje em dia eu já aprendi a montar os vídeos e subir eles no canal”, conta.


Onde encontrar as ‘Ribeirinhas da Amazônia’?

Comunidade Santa Luzia apresentada ao mundo
As irmãs ribeirinhas, como são chamadas, vivem com a família na comunidade Santa Luzia do Baré, no lago Amanã, área pertencente ao município de Maraã, no Amazonas. Porém, o município mais próximo da comunidade é Tefé, que fica a 14 horas de viagem da comunidade, segundo relata a youtuber. Além de Fabiola e Fabiane, os pais delas tiveram mais quatro filhos.
De acordo com Fabiola, a comunidade tem cerca de 50 moradores e todos tem algum grau de parentesco. “Viver lá tem seu lado bom e as dificuldades. O lugar é bem calmo e tem bastante fartura. É bem bonito também, creio que nosso estilo de vida que chamou tanta atenção para o nosso canal. Ninguém ainda mostrou os ribeirinhos e nossa cultura”, disse.
Em busca do sinal de internet
Fabiola viaja até a cidade pelo menos duas vezes ao mês para postar os vídeos no canal. Ela aproveita e pega ‘carona’ com o pai que se desloca todo o mês para levar os produtos da roça até à cidade. São horas de viagem para conseguir sinal de internet e compartilhar a realidade ribeirinha com os fiéis seguidores que ficam na expectativa por conteúdo novo.


“As pessoas nos reconhecem nas ruas. É um público muito carinhoso com a gente, nos sentimos muito felizes com esse reconhecimento e incentivo diário deles. Cada vez mais gente chega no canal, o público internacional também, eles chegaram pois um amigo começou a legendar nossos vídeos para outros idiomas. O que está acontecendo em nossas vidas é algo que eu nunca imaginei acontecer”, disse.