O Ministro do STF Alexandre de Moraes quase não aguentou a inteligência tímida de um dos generais de Bolsonaro condenados na trama golpista.
Enquanto analisa os depoimentos do general Mário Fernandes, o juiz comentou que o militar poderia ter usado o direito ao silêncio. Ele avaliou os argumentos apresentados pelo militar no interrogatório, e ironizou sobre a importância do direito ao silêncio.
“Agora, às vezes, realmente, nós entendemos a importância do direito ao silêncio. É melhor pedir o direito ao silêncio do que dizer: ‘É um arquivo digital que nada mais retrata que um pensamento meu que foi digitalizado’“, disse Moraes em seu voto.
Isso porque a expressão “pensamento digitalizado” foi utilizada pelo militar para justificar seu plano detalhado de assassinato de Moraes, Lula e Alckmin, que foi impresso no Palácio do Planalto, local de trabalho do então presidente Bolsonaro.
Moraes se segurou
Moraes debochou do depoimento e disse que ele entra para a história. “É mais uma, ministro Flávio Dino, para os anais da literatura nacional. O pensamento digitalizado com lançador de foguetes“, disparou Xandão. Ele ironizou que o plano para o matar seria uma “ação hollywoodiana”, com fuzis e lançador de foguetes e granadas. O ministro também reiterou que o militar era o mais radical do núcleo principal do golpe, e que se tivesse pedido o direito ao silêncio se sairia melhor.
Mario está preso preventivamente desde 2024 após a polícia encontrar o documento. No interrogatório, ele declarou que o documento “retrata um pensamento meu que foi digitalizado“. E que era “uma análise de riscos. Por um costume próprio, decidi, inadvertidamente, digitalizar. Não foi mostrado a ninguém. Não foi compartilhado com ninguém“.
“Me arrependo de ter digitalizado isso. Não passa de um compilamento (sic) de dados“, explicou ele na época, sobre o plano de assassinato.