Advogado do ex-ministro da Defesa, acusado de envolvimento em trama golpista, garante que ele atuou para evitar ações contra a democracia
No segundo dia de julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, negou as acusações de envolvimento no plano para subverter a democracia e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. O advogado Andrew Fernandes afirmou que seu cliente tentou dissuadir o ex-presidente Jair Bolsonaro de tomar qualquer medida que ameaçasse a estabilidade do país. Segundo ele, o general Paulo Sérgio não teve qualquer participação nas discussões e ações criminosas que são investigadas no processo.
Em sua argumentação, o advogado de Nogueira defendeu que seu cliente não fazia parte do chamado “núcleo golpista” formado por membros do governo Bolsonaro. “Está mais do que provado que o general Paulo Sérgio é inocente”, afirmou Fernandes, enfatizando que seu cliente agiu de forma ativa para persuadir Bolsonaro de qualquer ação que pudesse prejudicar o processo democrático. “[O general Paulo Sérgio] Atuou ativamente para demover o ex-presidente da República de qualquer medida nesse sentido”, completou.
As acusações, que partem da Procuradoria-Geral da República (PGR), alegam que o general, junto com aliados do então presidente Bolsonaro, teria discutido e planejado estratégias para desestabilizar o governo e impedir a posse de Lula, o que configuraria uma tentativa de golpe de Estado. Nogueira é réu junto a Bolsonaro e outros sete envolvidos, que são acusados de crimes como tentativa de subversão da ordem constitucional e organização criminosa armada.
A defesa de Paulo Sérgio refuta essas acusações, alegando que ele não teve qualquer participação nas atividades ilegais que estão sendo investigadas. Para o advogado, os elementos apresentados até o momento não confirmam a inclusão do ex-ministro no esquema golpista. “Ele não fazia parte dessa organização criminosa”, reforçou Fernandes.
O julgamento no STF segue com a análise das defesas dos réus e é considerado crucial para a definição do futuro dos envolvidos, especialmente em um momento político delicado, no qual o Brasil enfrenta debates intensos sobre a estabilidade democrática.