Papa emérito morreu no fim de 2022, quase uma década após renunciar
Apesar de inúmeras razões terem sido apontadas sobre qual teria sido o real motivo da renúncia do papa Bento XVI, em 2013, a causa central que o levou a tomar a decisão foi insônia. A informação consta em uma carta que o papa enviou a seu biógrafo semanas antes de sua morte, que ocorreu no último dia 31 de dezembro.
No texto, divulgado pela revista alemã Focus nesta sexta-feira (27), Joseph Ratzinger diz que o motivo que o levou a a enviar, em fevereiro de 2013, o pedido de renúncia à Igreja Católica foi a “insônia que o acompanhava sem interrupção desde a Jornada Mundial da Juventude de Colônia”, em agosto de 2005, meses depois de ter sido eleito.
Por conta da insônia, o médico particular do papa teria receitado a ele remédios que, em um primeiro momento, foram suficientes para manter a carga de trabalho, mas que depois atingiram seus limites. O fato de utilizar os medicamentos teria, inclusive, provocado um incidente em março de 2012, durante uma viagem ao México e a Cuba.
Consta na carta que Bento XVI teria encontrado seu lenço “encharcado de sangue”, que ele acreditava ter sido fruto de um acidente no qual teria batido em algo no banheiro e caído. Diante do ocorrido, um novo médico insistiu que ele reduzisse o uso de pílulas para dormir e recomendou que o pontífice só participasse de agendas matinais.
O papa emérito disse então na carta que tinha consciência de que as restrições médicas “seriam possíveis apenas por um curto período de tempo”. Com esse quadro, Ratzinger decidiu renunciar ao cargo em fevereiro de 2013, poucos meses antes da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, que ele não se considerava capaz de enfrentar.
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