Ex-ministro de Lula presta depoimento em comissão da Câmara Legislativa do Distrito Federal
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura os atos de 8 de janeiro, instaurada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), ouve nesta quinta-feira (22) o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias, conhecido como GDias.
O general foi exonerado do governo Lula em 19 de abril após a divulgação de imagens das câmeras de segurança internas do Palácio do Planalto que registraram os atos do dia 8 de janeiro, em Brasília. O general e outros servidores do GSI foram vistos indicando aos invasores a saída do prédio e, inclusive, dando água aos invasores.
Nesta quinta, o ex-ministro repetiu que não recebeu alertas sobre risco de ataques e que fez tudo que estava ao seu alcance. Ele contou ainda que um subordinado, que já trabalhava no GSI com seu antecessor no governo Bolsonaro, o general Augusto Heleno, tinha garantido que estava tudo normal naquele dia 8 de janeiro.
– O general [Carlos José Assunção] Penteado me disse [por volta de 14h] que estava tudo normal, tudo tranquilo, mas ainda assim decidi ir ao Palácio [do Planalto] – afirmou.
GDias também disse que a antiga gestão não colaborou com a transição de governo. Ele negou que o GSI fora convidado para uma reunião, no dia 6 de janeiro, dois dias antes da atos. A reunião foi organizada pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSPDF), então comandada pelo ex-ministro Anderson Torres.
O general afirmou não ter fraudado ou falsificado documentos entregues à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional. Documentos enviados em maio ao órgão apontavam que o general de Lula teria recebido 11 alertas da Abin via WhatsApp sobre os ataques golpistas.
– A CCAI solicitou ao GSI o que a Abin tinha produzido de informação. Esse documento passou para a Abin. A Abin respondeu com um compilado de mensagens de aplicativos. Esse documento tinha lá, ministro do GSI, mas eu não participei de nenhum grupo de WhatsApp. Eu não sou o difusor daquele compilado de mensagens. Então o documento não condizia com a verdade – disse.
*AE