O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, se tornará réu após um crime ser exposto publicamente.
O Supremo Tribunal Federal (STF) tem maioria para abrir uma ação penal contra ele, sob acusação de expor mensagens confidenciais do gabinete para ajudar grupos golpistas relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi sentenciado a 27 anos e 3 meses de prisão.
O voto de Alexandre de Moraes foi acompanhado por Cristiano Zanin e Flávio Dino. A ministra Cármen Lúcia dará seu parecer até sexta (14). Luiz Fux, que pediu para sair da Primeira Turma, não fará parte da decisão, como informa a revista Fórum.
Moraes ressaltou que o ex-assessor usou informações para coagir o Judiciário. “A grave ameaça materializou-se pela promessa pública de divulgar dados sigilosos, acompanhada de campanha de arrecadação financeira intitulada ‘Ajude o Tagliaferro a ir aos USA na Timeline expor as provas’”, declarou Alexandre de Moraes.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), sob comando de Paulo Gonet, apresentou a denúncia que aponta Tagliaferro por violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Paulo Gonet afirma que o acusado vazou mensagens do gabinete de Moraes em 2022, no ápice das denúncias sobre o golpe. As mensagens foram expostas para fortalecer narrativas contra o Supremo e inflamar bolsonaristas. Havendo maioria, Tagliaferro se tornará réu no STF para ser investigado em seguida.