Um dia antes de encontro em Buenos Aires, presidentes de Brasil e Argentina escreveram carta conjunta celebrando reaproximação diplomática
Na véspera do primeiro encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente argentino, Alberto Fernández, em Buenos Aires, os dois assinaram um artigo conjunto no qual exaltaram a reaproximação diplomática entre os países e revelaram a possibilidade de criar uma moeda única para uso comercial na América do Sul.
Em texto publicado pelo site argentino Perfil, Lula e Fernández citaram que a criação de uma nova moeda poderia baratear custos operacionais e reduzir a dependência do dólar. “Pretendemos superar
barreiras às nossas trocas, simplificar e modernizar regras e incentivar o uso de moedas locais. Também decidimos avançar nas discussões sobre uma moeda comum sul-americana que possa ser utilizada tanto para fluxos financeiros quanto comerciais”, diz um trecho.
A possibilidade foi levantada pela primeira vez em um artigo de Fernando Haddad e Gabriel Galípolo, atual ministros da Fazenda e secretário-executivo do ministério, respectivamente. Em 5 de janeiro,
já empossado, Haddad chegou a se irritar com uma pergunta sobre o tema e depois deixou claro que o governo cogita a criação de uma moeda comum, mas não única. Brasil e Argentina, portanto, seguiriam
usando real e peso, além da moeda comum, diferentemente do que acontece nos países da União Europeia, que unificaram o euro.