Presidente francês também passará pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receberá, nesta terça-feira (26), seu homólogo da França, Emmanuel Macron, para uma visita de três dias ao Brasil, com foco em questões ambientais, econômicas, energéticas e políticas.
O Ministério das Relações Exteriores definiu esses quatro pontos como os principais temas daquela que será a primeira visita oficial do presidente francês a um país latino-americano desde que assumiu o cargo, em 2017.
Esses eixos foram definidos pelas quatro cidades que Macron visitará no Brasil.
Sua primeira parada será em Belém, que em 2025 sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
Depois, seguirá para o Rio de Janeiro, quando visitará um estaleiro onde está sendo desenvolvido um programa franco-brasileiro para a construção de submarinos, viajará para São Paulo para um evento de negócios e concluirá sua viagem em Brasília, com uma reunião puramente política com Lula.
UM CONTATO SIMBÓLICO COM A AMAZÔNIA
Em Belém, Macron terá seu primeiro contato com a Amazônia. Segundo o governo, a decisão se deve à preocupação do presidente francês sobre a necessidade de proteger as florestas tropicais.
Após a recepção oficial, embarcarão em um navio da Marinha, navegarão pela baía do Guajará e realizarão sua primeira reunião de trabalho a bordo.
Os dois presidentes irão à ilha de Combu, conhecerão projetos de desenvolvimento sustentável do cacau, se reunirão com líderes indígenas e até mesmo entrarão um pouco na floresta, de acordo com o Itamaraty.
A intenção de Lula é apresentar a Macron “a complexa realidade da Amazônia”, uma região com 25 milhões de habitantes que, segundo o presidente, deve ter acesso a “uma vida digna, com total respeito à biodiversidade”.
BRASÍLIA: GAZA, UCRÂNIA, VENEZUELA E O ACORDO MERCOSUL-UE
Macron encerrará sua visita na próxima quinta-feira (28) em Brasília, onde será recebido com honras de Estado e discutirá com Lula as questões regionais e globais mais espinhosas.
Na pauta, estão os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia, sobre os quais Lula e Macron têm percepções diferentes, e também a situação na Venezuela, que se aproxima das eleições de julho.
Fontes diplomáticas francesas afirmaram que Macron não pretende explicar sua rejeição às negociações paralisadas entre União Europeia e Mercosul, mas, do lado brasileiro, comenta-se que Lula insistirá no assunto.
Mesmo assim, a diplomacia brasileira reconhece que, pelo menos durante o primeiro semestre deste ano, devido às eleições parlamentares europeias que se aproximam, será “quase impossível” que as discussões sejam retomadas.
*EFE