A popularidade e a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começaram o ano de 2025 despencando de acordo com uma nova rodada da pesquisa Quaest, divulgada nesta segunda (27). O petista começou a segunda metade deste terceiro mandato vendo eleitores da sua própria base insatisfeitos principalmente em relação à economia e crises geradas dentro do próprio governo, como a do PIX e do preço dos alimentos.
De acordo com a Quaest, a desaprovação a Lula superou a aprovação pela primeira vez, 49% a 47%, respectivamente, mas com um empate técnico dentro da margem de erro de 1 ponto percentual:
“Vai ser preciso mais do que uma mudança de comunicação para mudar a rota desses indicadores. Política e gestão terão que andar acompanhados com a comunicação para que uma mudança real possa dar novo rumo ao governo”, disse Felipe Nunes, CEO da Quaest.
Segundo a Quaest, Lula vem perdendo popularidade principalmente entre os eleitores do Nordeste, sua principal base eleitoral, e entre as pessoas de renda mais baixa. Apenas na região do país que costuma ser mais fiel e apoiadora, o presidente perdeu 8 pontos de aprovação, e mais 7 pontos entre os brasileiros que ganham até dois salários mínimos.
Nunes afirma que este é o pior resultado já apurado, e que anúncios que poderiam gerar boas notícias, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimos, não está surtindo efeito.
“Perder popularidade no Nordeste e na renda baixa significa que o governo está perdendo base que deixa de defendê-lo. Isso fica evidente quando chega a 50% os brasileiros que acreditam que o país está na direção errada e apenas 39% na direção certa”, disse.
Além do Nordeste, a desaprovação a Lula também cresceu na região Sul e segue estável no restante do país:

Já no recorte da renda dos brasileiros, a desaprovação segue em alta para quem ganha mais de dois salários mínimos:

Felipe Nunes aponta que, com base em questões levantadas na pesquisa, a desaprovação a Lula vem crescendo por conta do não cumprimento das promessas de campanha, que gerou uma “frustração na população”; pelo volume de notícias negativas sobre o governo, que voltou a se sobressair às positivas; e as recentes crises do PIX e dos alimentos.
“A notícia negativa mais lembrada espontaneamente pela população nesta rodada foi a do possível monitoramento do PIX (11%). É um percentual muito alto que reforça o que a crise da primeira quinzena de janeiro de 2025 impactou na aprovação do presidente”, destacou.
A percepção de que Lula não faz o que promete ou é corrupto é citada na sequência (3%), além do aumento de preços, inflação e impostos (2%) e dos combustíveis e alimentos (1%).