O ministro do STF Alexandre de Moraes quebrou o silêncio nesta terça (18) sobre acusações de que ele é, ao mesmo tempo, vítima e juiz, o que seria incompatível, pois geraria parcialidade.
Durante o julgamento do núcleo três da trama golpista, que envolve os Kids Pretos, ele explicou que o caso não abarca o plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio Alexandre de Moraes. Como se sabe, os militares adquiriram arsenal e monitoraram as três autoridades.
Relator do caso, Moraes explicou que esse episódio será julgado por outra pessoa que não ele, no futuro. E reiterou que, se o julgamento envolvesse o plano de assassinato, ele próprio não estaria julgando, pois é uma das vítimas.
Alexandre de Moraes rebateu acusações
Moraes afirmou que quem costuma dizer que o julgamento dos Kids Pretos é incoerente por causa de sua participação age de “má-fé”. Ele fez referência à narrativa, por parte da direita, de que ele seria “autoritário”, como é frequentemente replicado por esses grupos nas redes sociais.
“Não estamos julgando aqui tentativa de homicídio a Alexandre de Moraes, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin”, declarou o ministro. “Obviamente, se estivéssemos julgando uma tentativa de homicídio contra Alexandre de Moraes, eu não estaria no julgamento. As pessoas de má-fé costumam repetir isso”, afirmou. Ou seja, ele não é a “vítima” julgando seu algoz, como dizem.
“Estamos julgando os crimes de organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, deterioração do patrimônio público e dano ao patrimônio tombado”, esclareceu o juiz, conhecido também como “Xandão”.