O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) resolveu atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes neste domingo (3) e afirmou que o magistrado, “sem a toga, não sobra nada”. O parlamentar também demonstrou apoio às sanções do governo Donald Trump (EUA) contra o ministro, relator do inquérito da trama golpista, que tem Jair Bolsonaro (PL) entre os 31 réus.
O motivo das retaliações do governo americano é a investigação contra o político da extrema-direita brasileira. “A primeira sanção veio. Eu posso usar cartão de crédito. Eu posso ter rede social. E eu posso também usar pente de cabelo”, disse Nikolas em ato na Avenida Paulista (SP).
Como parte das sanções impostas pelo governo norte-americano, possíveis bens e recursos financeiros vinculados a Moraes nos EUA serão congelados. As instituições financeiras estão obrigadas a comunicar esses ativos ao OFAC (Office of Foreign Assets Control), órgão responsável pelo controle de bens estrangeiros. Fica vedado ao magistrado realizar transação bancária ou movimentação financeira em entidades dos EUA. A medida impede Moraes de acessar, transferir ou administrar fundos em contas mantidas em solo americano.
Além de sair em defesa de Bolsonaro, o deputado Nikolas Ferreira coleciona polêmicas. Em outubro de 2022 ele defendeu o humor com negros, nazismo e pessoas com Síndrome de Down como manifestação de “liberdade de expressão”. O deputado defendeu o “direito de negar o Holocausto e fundar partidos nazistas”. De 1933 a 1945, o holocausto foi responsável pela morte de 6 a 7 milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial. O nazismo era liderado pelo então ditador Adolf Hitler (1889-1945).
Em julho deste ano, a Justiça do Rio de Janeiro condenou o parlamentar a indenizar a artista Cecília Siqueira Neres Ramos em R$ 10 mil por danos morais. De acordo com o processo, o vídeo divulgado associava o trabalho da artista a ações criminosas e imorais.
Em junho de 2025, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou recurso do parlamentar para derrubar a condenação ao pagamento de R$ 30 mil de indenização à deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), por transfobia.
Em abril, a Justiça do Distrito Federal condenou o deputado a pagar R$ 200 mil em danos morais coletivos em função de acusações de transfobia durante discurso proferido da tribuna da Câmara dos Deputados no Dia Internacional da Mulher, em 2023.