A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (9) uma nova fase da operação que investiga um esquema criminoso de grilagem de terras, exploração ilegal de madeira e fraudes na geração de créditos de carbono na Amazônia. A ação trouxe à tona denúncias que envolvem Dionísia Soares Campos, filha do deputado estadual e presidente do Partido dos Trabalhadores no Amazonas, Sinésio Campos, e o marido dela, Juliano Valente, diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM).
Na operação, batizada de Expurgare, dois servidores públicos foram presos, e Juliano Valente foi afastado de suas funções. Outros quatro funcionários do IPAAM, órgão responsável por fiscalização e licenciamento ambiental no estado, também foram afastados. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços vinculados a Dionísia Soares Campos, atual superintendente de Agricultura e Pecuária no Amazonas.
Em nota oficial, o governo do Amazonas afirmou que não compactua com práticas ilícitas de servidores públicos e destacou que os envolvidos serão afastados e exonerados de seus cargos. A administração estadual também se comprometeu a colaborar com as investigações conduzidas pela Polícia Federal.
A Operação Expurgare é um desdobramento da Operação Greenwashing, realizada em junho deste ano, que também investigou crimes ambientais, incluindo o “esquentamento” de madeira ilegal. Nesta fase, o foco principal é o suposto esquema de lavagem de ativos por meio da geração de créditos de carbono e exploração ilegal de recursos naturais.
De acordo com a Polícia Federal, o esquema pode ter movimentado até R$ 1,6 bilhão, valor que está em processo de bloqueio judicial. As investigações estão sendo conduzidas pela Superintendência da Polícia Federal em Rondônia, com apoio de outros estados.
O caso expõe mais um capítulo da luta contra crimes ambientais e a corrupção que ameaça a preservação da Amazônia e seus recursos naturais.
com a informação direto ao ponto