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Seca histórica: Rio Negro atinge cota recorde de 13,59 metros em Manaus

A marca representa a maior vazante já registrada no Amazonas.

MANAUS (AM) – O Rio Negro, um dos principais rios da região amazônica, atingiu seu nível mais baixo desde 2010. A confirmação do recorde veio na manhã desta segunda-feira, 16/10, no site do Porto de Manaus, quando o rio registrou a marca de 13,59 metros, superando o recorde anterior de 13,63 metros. O fenômeno representa a maior vazante já registrada na capital amazonense.

Nos dias anteriores, as contagens do Rio Negro já indicavam a situação crítica. No sábado, 13/10, o rio estava a 13,78 metros, enquanto no domingo, 15/10, caiu para 13,69 metros. Segundo a assessoria, o nível do rio “não baixou tanto no fim de semana” devido aos dois dias de chuva na região.

Para a medição da vazante, técnicos de monitoramento utilizam uma régua instalada sob o cais do porto, sendo necessário uma viagem de dez minutos de voadeira para acessá-la.

Os impactos dessa baixa das águas são significativos. No estado do Amazonas, 50 dos 62 municípios foram declarados em situação de emergência devido à estiagem. Isso afeta diretamente 451 mil pessoas, total de 112 mil famílias, conforme o boletim de estiagem divulgado no domingo, 15/10.

Seca no Interior

Embora já tenham começado as primeiras chuvas na região, os igarapés e lagos, que servem de acesso aos grandes rios, continuam inavegáveis.
A situação é uma consequência da seca extrema na calha central da bacia amazônica, que tem afetado todo o ecossistema da região.

Outra preocupação com a seca extrema é a revelação de um alto grau de poluição no Rio Negro devido à baixa das águas. Nas margens secas do rio, o acúmulo de lixo impressiona, e em um de seus afluentes, no rio Tarumã-Açu casas flutuantes agora estão apoiadas sobre o leito do rio.

Além disso, em cooperação com a Marinha e o Governo Federal, foram enviadas mais de 6 mil cestas básicas para comunidades ribeirinhas nos municípios de Tonantins, Amaturá, Santo Antônio do Içá, Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte.

Vívian Oliveira – Rios de Notícias