A liminar determinando a soltura de Régis foi uma decisão do ministro Ribeiro Dantas.
Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta segunda-feira (12), mandou soltar o delegado Régis Celeghini, titular da 65ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Carauari, no interior do Amazonas, preso após ter denunciado o juiz da comarca da cidade, Jânio Tutomo Takeda, por crimes de corrupção.
A liminar determinando a soltura de Régis foi uma decisão do ministro Ribeiro Dantas, em um pedido de habeas corpus. O delegado, que passou três dias detido, dever sair da carceragem da Delegacia Geral, em Manaus, ainda na noite desta segunda. Ele está sendo acompanhado por equipes do sindicato dos delegados no estado.
O g1 procurou a Secretária de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e aguarda um posicionamento sobre a decisão do STJ.
O mandado de prisão em flagrante do delegado foi expedido pelo próprio juiz Jânio Takeda, que foi chamado por Régis de “um dos maiores elementos de corrupção da cidade”, durante uma inspeção que o magistrado fez na unidade policial, em Carauari.
A determinação do STJ foi contra a decisão do desembargador José Hamilton Saraiva dos Santos, do Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam), que negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa do delegado no dia em que ele foi preso.
A decisão assinada por Jânio Takeda imputa seis crimes ao delegado, entre eles: injúria, desacato, denunciação caluniosa.
O ministro Ribeiro Dantas também solicitou que desembargador do Tjam e o juiz da comarca de Carauari, encaminhem informações sobre as decisões de pedido e permanência da prisão do delegado.
Denúncia do delegado
A denúncia contra o juiz Jânio Takeda protocolada pelo delegado no Ministério Público do Amazonas (MPAM) tem como base uma inspeção feita por Régis ao assumir a delegacia de Carauari em janeiro deste ano.
Segundo Régis, várias irregularidades foram encontradas na unidade policial, uma delas foi de um preso já condenado pela justiça, que está encarcerado há seis anos e usava livremente um celular na cela. Ainda de acordo com o delegado, o aparelho era utilizado pelo detento para falar diretamente com o juiz Takeda.
Regis também filmou o depoimento do preso confessando sobre as regalias dadas pelo magistrado. Na gravação, o detento afirma que o Takeda tinha conhecimento sobre o uso do aparelho, uma vez que ele prestava serviço ao juiz.
G1