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Grupo de mulheres realiza ato após agressões a presidente do TCE-AM

Protesto pede o fim da violência de gênero e é contra o conselheiro Ari Moutinho acusado de proferir palavras de baixo calão contra Yara Lins

Manaus – Uma manifestação foi programada por um grupo de mulheres para ocorrer nesta terça-feira (9), em frente a sede do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), para pedir o afastamento do conselheiro Ari Moutinho que é acusado pela presidente eleita do TCE-AM, Yara Lins, de proferir palavras de baixo calão contra ela. A manifestação pede o fim da violência de gênero e ocorre às 14h, na Avenida Efigênio Sales, bairro de Adrianópolis, zona Centro-sul de Manaus.

Conforme denúncia de Yara Lins, as agressões aconteceram antes da eleição para definir o novo presidente do TCE na última terça-feira (3). Um vídeo compartilhado nas redes sociais, mostra o momento em que o conselheiro profere as palavras de baixo calão contra Yara. Em coletiva de imprensa, a presidente falou sobre o ocorrido e afirmou que se sentiu covardemente agredida.

“Nesse momento estou aqui como mulher. Uma mulher que foi covardemente agredida dentro do plenário antes da eleição para me desestabilizar eu quando estava no plenário. Eu fui cumprimentar o conselheiro Ari e disse ‘bom dia’ e ele me disse ‘bom dia nada, safada, puta, vadia’. Ele me ameaçou dizendo que ia me ‘fuder porque lá a Lindoura do Ministério Público (MP), lá no STJ você vai ver’”, disse Yara Lins em coletiva de imprensa na sede da Delegacia Geral.

A conselheira disse ainda em coletiva que espera que a justiça seja feita sobre o caso.

“Então eu acredito na justiça de Deus. Acredito na imprensa do meu Estado e nas autoridades do meu Estado e do Brasil. Eu peço justiça. Porque eu sou a única mulher. A única conselheira do tribunal que representa as servidoras da minha instituição. Eu não aceito ameaças. Eu quero que a justiça puna o agressor para que acabe com a violência contra as mulheres. Fui agredida dentro da minha função. Depois que eu fui agredida eu fiquei paralisada e passei a mão no rosto dele e disse que ‘ele era um infeliz e por isso que sofre tanto’ e ele sarcasticamente jogou um beijo para mim. Depois na sessão, na minha fala, eu agradeci a Deus dizendo que tudo ‘posso naquele que me fortalece que eu só temos a Deus, não temo a homem e nem a ameaça’ e ele gritou da tribuna AMÉM”, relatou a conselheira.

A Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ) Comissão do Amazonas manifestou apoio à presidente eleita do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), Yara Lins, após ser agredida pelo conselheiro Ari Moutinho durante sessão do Pleno.

A entidade considera misógina e machista os insultos proferidos pelo conselheiro, além de reforçar que “episódio é inaceitável e incompatível com o dever de respeito e urbanidade que deve nortear a atuação de todos os profissionais”.

“Na visita desta semana ao Ministro Alexandre de Moraes levamos também o caso da Presidente do TCE-AM, Yara Lins. A violência política de gênero é hoje ação penal pública incondicionada à representação e SIM, dá cadeia! O Ministro está muito sensibilizado com o avanço dessa espécie de crime”, escreveu a senadora Soraya nas suas redes sociais.

D24H